Chuva deixa mais de 400 famílias desabrigadas em Nova Friburgo


Famílias foram levadas para seis abrigos da prefeitura.
Mortos na Região Serrana do Rio passam de 490 desde terça (11).

Rodrigo ViannaDo G1 RJ
tragédia causada pela chuva já deixou 414 famílias desabrigadas em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, desde terça-feira (11). Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Roberto Robadey, os moradores foram levados para seis abrigos da prefeitura.
De acordo com os últimos levantamentos das prefeituras de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro, e da Polícia Civil, o total de mortos na Região Serrana chega a pelo menos 497. Somente em Nova Friburgo, segundo a Secretaria de Comunicação do município, foram registradas 216 mortes.

Em Teresópolis, a cidade mais atingida, 223 pessoas morreram na tragédia. Já Petrópolis registrou 39 óbitos, e Sumidouro, 19. A Polícia Civil informou às 19h45 desta quinta-feira (13), que 470 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal). De acordo com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, o número de mortes pode ser ainda maior.

A chuva que devastou a Região Serrana do Rio esta semana já matou mais gente que a tragédia de Angra, no início do ano passado, e as chuvas de abril, que arrasaram locais como o Morro dos Prazeres, na capital fluminense, e no Morro do Bumba, em Niterói, na Região Metropolitana.
Maior tragédia climática da história do paísA chuva na Região Serrana do RJ já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.
No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio de Janeiro e outras cidades atingidas por temporais em abril.

Em SP, durante o primeiro trimestte de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes. Relembre outras tragédias.
Fornecimento de água e luz começa a ser normalizadoO fornecimento de água e luz começa a ser normalizado no município de Nova Friburgo. Nesta quinta-feira (13), a energia elétrica foi restabelecida para quase 70% dos moradores, segundo a concessionária Energisa. Ainda de acordo com a empresa, na sexta-feira (14), uma subestação móvel deverá ser instalada na região de Conselheiro Paulino, permitindo o atendimento a esse bairro e Riograndina, que ainda permanecem sem energia.
Alguns bairros e distritos, no entanto, ainda permanecem isolados devido a diversas quedas de barreiras e alagamentos em Friburgo desde terça-feira (11), impedindo o acesso e reparo na rede elétrica.
Já de acordo com a Concessionária Águas de Nova Friburgo, também na tarde desta quinta (13), o abastecimento de água começou a voltar 40% dos moradores do município, com o retorno do funcionamento da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Debossan junto com as ETAs Rio Grandina e Curuzu, totalizando 200 litros por segundo.
A empresa informou que todo o sistema de abastecimento foi afetado pela falta de energia e pelos estragos causados pela chuva que atinge a região desde terça-feira (11), atingindo inclusive o principal ponto de captação do município – Rio Grande de Cima –, que continuava sem energia até as 19h desta quinta. Técnicos da empresa já conseguiram chegar ao local por meio de helicóptero.
A concessionária ressalta ainda que, com o restabelecimento parcial do sistema, a água só chegará às torneiras dos moradores dentro de 24 horas. Por isso, a empresa ressalta que a população continue economizando água até que o abastecimento seja totalmente restabelecido.
Confira a lista dos primeiros bairros que voltarão a receber água em Nova Friburgo:
- Riograndina
- Curuzu
- Varginha
- Ponte da Saudade
- Muri
- Bairro Ypu
- Catarcione
- Baixo Perissê
- Paissandu
- Centro - somente duas ruas: Alberto Braune e Moisés Amélio