MG - Trio de classe média aplica novo golpe em bares de BH

Furto foi flagrado por câmeras de segurança de boteco na região Centro-Sul

Deixar pertences pendurados na cadeira enquanto degusta um petisco ou beberica uma cerveja gelada em um dos milhares de bares de Belo Horizonte pode fazer de você alvo fácil de um novo tipo de golpe aplicado por jovens de classe média: a "catadinha de bolsa". A ação de um trio formado por dois homens e uma mulher foi flagrada pelas câmeras de segurança de um bar, no bairro Sion, na região Centro-Sul da capital, e divulgada na internet pela vítima, a jornalista Anna Flávia Nunes, 23. 


Ladrões entram no bar, no Sion, e se misturam aos clientes


O assessor de imprensa da Polícia Militar, capitão Gedir Rocha, disse que a ação criminosa não era conhecida pela corporação. "Tive notícias de um golpe parecido na Argentina. Mas nunca havia ouvido um relato desses em Belo Horizonte. As pessoas que assistirem ao vídeo e tiverem informações sobre esses ladrões devem ligar para o 181 e os denunciar. Uma pista anônima pode nos ajudar a tirar o trio de circulação", afirmou. O vídeo disponível no portal O TEMPO Online mostra que os três suspeitos levaram apenas três minutos para aplicar o golpe. 

Ação. Ao entrar, às 22h02, a mulher, acompanhada dos dois rapazes, não estava com nenhuma bolsa, mas trazia consigo um casaco preto. Ela olhou fixamente para a mesa onde estava Anna Flávia desde as 20h com amigos, como se estivesse escolhendo sua vítima e, sempre ao lado dos outros dois suspeitos, foi para a área externa do bar.

Às 22h03, o trio parou atrás da mesa onde a jornalista estava e fingiu conversar. Em seguida, afastou-se um pouco, mas voltou a ficar em pé atrás do alvo. Segundos depois, a mulher pegou a bolsa da cadeira e a escondeu embaixo da blusa de frio. Então, ela saiu calmamente às 22h05. Imagens do circuito de segurança mostram a mulher deixando o local, já no passeio, com a bolsa da jornalista a tira-colo.

"Percebi o furto por volta das 22h20. Procurei o gerente, que me encaminhou ao proprietário do bar. Vimos juntos as imagens do sistema de segurança. Tive um prejuízo de mais de R$ 1.000 e fiquei muito chateada". O proprietário do bar disse ter ficado chocado com o crime. 

Desde 2008, ele tem outros dois bares, localizados em shoppings, e nunca presenciou tal ação. 

Para evitar um novo incidente, os garçons estão sendo treinados para orientar os clientes. "Decidi ir para o ramo de bares porque fui dono de um posto de gasolina que foi assaltado 22 vezes em um ano. Estou tentando ressarcir a cliente", informou.

No fim do ano passado, a advogada Juliana Mendonça, 32, foi vítima da "catadinha de bolsa" em um bar da Savassi. "Até hoje não sei o que houve. A gente bebe e fica distraída. Somos alvos fáceis para os gatunos".