Morador cobra pedágio para carro entrar em bairro - Avenida Perimetral, na Vila Pinho, Região do Barreiro


Morador cobra pedágio para carro entrar em bairro

Ponte interditada no Bairro Ribeiro de Abreu obriga veículos a passarem por terreno particular; pedestre se arrisca no beco entre a cerca e o rio


MAURÍCIO DE SOUZA
Ribeiro de abreu
Morador fechou portão e cobra pedágio de motoristas, enquanto pedestres se arriscam
Moradores da Avenida Perimetral, na Vila Pinho, Região do Barreiro, permaneceram todo o dia desta quarta-feira (19) sem energia elétrica. Até o final da tarde, a Cemig não havia recuperado cinco postes que caíram durante a forte chuva de terça-feira. No Bairro Ribeiro de Abreu, Região Nordeste de Belo Horizonte, um dos principais pontos de acesso está interditado desde dezembro do ano passado. O problema é recorrente. E, para piorar a situação, parte dos moradores é obrigada a pagar pedágio para passar de carro em uma rua destruída pelas chuvas.

Devido às tempestades que estão castigando a região, a sustentação de uma ponte, que fica localizada na principal entrada do Ribeiro de Abreu, próximo à MG-020, foi parcialmente danificada pelas águas do Córrego do Onça. Segundo uma comerciante da região, que pediu para não ser identificada, todo ano, a ponte apresenta problemas durante o período chuvoso. “Há cerca de sete meses, a ponte havia sido interditada pelo mesmo problema”, revelou a mulher, acrescentado que a Prefeitura de Belo Horizonte tenta corrigir o defeito com medidas paliativas.
O problema é maior para os moradores da Rua Antônio Mariano de Abreu, que fica há poucos metros da ponte interditada. Além do desvio para chegar até a rua, parte da via também foi destruída pelas enchentes há, pelo menos, dois meses. O proprietário de um lote que fica situado próximo ao trecho danificado cobra pedágio dos moradores que precisam passar de carro pelo local. “Já combinei com os moradores que residem do outro lado da rua uma mensalidade, que gira em torno de R$ 15, para manutenção do meu lote”, justificou Gilson Oliveira, dono da propriedade, que fica fechada com uma cerca de arame.
Para quem não tem carro, a alternativa é passar por fora do lote, pelo passeio. No entanto, a chuva também destruiu a calçada. O morador tem que se arriscar ao passar em um espaço reduzido, que também ameaça desmoronar. A prefeitura informou que, em atendimento à demanda encaminhada pela Regional Nordeste à Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), foi definido que a ponte receberá um investimento de cerca de R$ 3 milhões, através de um contrato emergencial, que irá garantir a sua revitalização. As obras terão início em 30 dias. Durante o período em que a ponte estiver interditada, o acesso aos bairros Ribeiro de Abreu, Conjunto CBTU e Novo Aarão Reis deverá ser feito pela segunda ponte, que fica cerca de 1,5 quilômetro da que será restaurada.
Sobre a cobrança de pedágio na Rua Antônio Mariano de Abreu, a Regional Nordeste esclareceu que já acionou a Procuradoria Geral do Município no sentido de solicitar que o terreno seja decretado de utilidade pública, garantindo, assim, o direito de carros e pedestres passarem pelo local sem qualquer taxa ou outro tipo de condição.
A Prefeitura irá abrir, nos próximos dias, processo de licitação, em caráter de emergência, para que sejam iniciadas as obras de revitalização da rua.
Na Vila Pinho, Região do Barreiro, moradores e comerciantes permaneceram, quarta-feira, sem energia elétrica. O proprietário de um bar reclamava dos produtos, como carnes e derivados do leite, que estragaram. De acordo com a Cemig, a distribuição de energia seria restabelecida ainda na quarta. Na Avenida Perimetral, cinco postes caíram e quatro ficaram inclinados durante o temporal da última terça-feira.