Aluguel sobe mais do que o dobro da inflação


Alta de 12,42%, em 12 meses, é resultado da oferta inferior à demanda


Os preços médios de aluguéis residenciais em Belo Horizonte seguem em ritmo de alta. Apesar do índice de janeiro ante dezembro, de 0,58%, ter sido quase quatro vezes menor do que a inflação do mês, de 2,17%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a situação no acumulado dos últimos 12 meses é bem diferente. Enquanto a inflação foi de 5,92% no período, o aluguel subiu 12,42%, portanto, mais do que o dobro. Em janeiro, a inflação foi pressionada pela alta nos preços dos alimentos, transportes e impostos.

O avanço nos preços do aluguel comercial é ainda maior. Em janeiro, o índice foi de 1,14%. Já nos últimos 12 meses, a alta acumulada chega a 16,83%. A pesquisa mensal de aluguéis foi divulgada nessa segunda-feira (14) pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead/ UFMG).

Por tipos imobiliários, em janeiro, o preço do aluguel de apartamentos subiu 0,6%. O de casas, 0,54%, e barracões, 0,35%. Conforme as classes de bairros, os aluguéis de apartamentos apresentaram as seguintes variações: populares (1,65%), médios (1,51%), altos (1,08%) e luxo (-0,20%).

No mês, o indicador de oferta por tipo de imóveis mostrou variação positiva de 1,89% para apartamentos, redução de 10,94% para barracões e aumento de 3,90% para casas.

Para quem mora de aluguel e torce por preços mais baixos ou, pelo menos, estáveis, as perspectivas ainda não são das melhores no curto prazo. Como a oferta de imóveis em BH ainda é menor do que a demanda, que se tornou mais aquecida a partir de 2004 - desde então os índices de reajuste têm ficado sempre acima da inflação -, a tendência é que os valores dos aluguéis mantenham a curva de crescimento pelo menos nos próximos meses.

De acordo com o presidente da CMI/Secovi-MG, Ariano Cavalcanti de Paula, os preços continuam em alta e descolados da inflação.

“Em 2010, esperávamos pelo equilíbrio entre oferta e procura no mercado de BH, o que não aconteceu. Acredito que, para 2011, a discrepância entre oferta e procura vai diminuir”, observa.

Cavalcanti ressalta, ainda, que o volume de lançamentos no mercado imobiliário é “expressivo” e aponta para uma oferta mais equilibrada nos próximos anos. O presidente lembra, no entanto, que entre o lançamento e a entrega das chaves o prazo é de no mínimo um ano. Em janeiro, a oferta de imóveis voltados para aluguel cresceu 1,6%. Nos últimos 12 meses, porém, houve queda de 7,10%.

A pesquisa da CMI/Secovi-MG mostra que o preço médio do aluguel de apartamentos de três quartos e um banho em janeiro foi de R$ 592,50 para residência de padrão popular, R$ 735,71 para padrão médio e R$ 944,62 para alto padrão. Já o aluguel médio de casas, também de três quartos e um banho, ficou entre R$ 752,73 (padrão popular) e R$ 1.016,67 (médio).