Assassinos de Vanessa Duarte estão no estado de SP, diz delegado


Para Zacarias Tadros, prisão de suspeito pode ocorrer a qualquer momento.
Polícia acredita que um esteja na Grande SP e outro no interior do estado.

Kleber TomazDo G1SP
Suspeito (Foto: Kleber Tomaz/ G1)Suspeito está em SP, diz polícia.
(Foto: Kleber Tomaz/ G1)
Os dois homens procurados pela Polícia Civil por suspeita de participar do assassinato de Vanessa Duarte estão escondidos no estado de São Paulo. Segundo o delegado Zacarias Tadros, titular do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa, Edson Bezerra Gouveia está em alguma cidade na Grande São Paulo e pode ser preso a qualquer momento. Já o outro suspeito, um homem que não teve a identidade revelada, permanece refugiado no interior paulista.
“Sabemos a região onde o Edson está. Ele está escondido na Grande São Paulo. Já estivemos bem perto dele. A situação do Edson está bastante complicada. A qualquer momento podemos prendê-lo. Quanto ao outro suspeito, foi para o interior do estado”, disse o delegado nesta segunda-feira (21) em entrevista na delegacia que investiga o caso, em Santana de Parnaíba, Grande São Paulo.
Os suspeitos são monitorados a partir do rastreamento dos telefonemas que estão fazendo. O corpo da vendedora de 25 anos foi achado num matagal em Vargem Grande Paulista no dia 13, um dia após ter desaparecido da casa do noivo em Barueri. O veículo que ela dirigia foi encontrado a 7 km do corpo no mesmo dia do sumiço.
De acordo com o delegado, Vanessa foi vítima de um crime sexual com a participação de pelo menos dois homens. “Ela foi estuprada e morta por asfixia. Somente os laudos periciais vão poder dizer se ela foi violentada por um ou mais sujeitos”, disse Zacarias.
Até agora, as investigações apontam Edson como o executor e o homem branco como partícipe. O primeiro suspeito tinha fixação em estuprar Vanessa e morava perto da casa da vítima, segundo a polícia. Testemunhas contam que o viram dirigindo o carro que a vendedora usava. O segundo suspeito pode ter dado cobertura e ajudado na fuga do assassino.
Edson, que já foi condenado por outros crimes e estava em liberdade provisória, teve a prisão temporária decretada pela Justiça na sexta-feira (18). Ele, que é negro e mede mais de 2 metros, teve a foto divulgada pela polícia. O outro suspeito, o homem branco, teve apenas o retrato falado divulgado.
Ainda de acordo com Zacarias, os dois suspeitos eram amigos. “O comparsa do Edson também tem passagens pela polícia por outros crimes que cometeu”, disse o delegado.
A polícia pede para quem tiver informações do paradeiro dos suspeitos ligar para o número 181 do Disque Denúncia. Pelo rastreamento da polícia, após o crime, a dupla seguiu para a região de Araraquara, se desentendeu e se separou. “O Edson voltou a Grande São Paulo e o comparsa ficou no interior”, afirmou o delegado. “Suspeitamos que os dois já praticaram outros crimes juntos, inclusive após o crime da Vanessa.”
Segundo Zacarias, o homem branco dormiu na residência de Edson, em Barueri, entre sexta e sábado. Indagado se irá pedir à Justiça a prisão do homem branco, Zacarias informou que ainda precisa de mais dados do envolvimento desse suspeito no crime. “Preciso estar 100% convicto da participação dele para pedir a prisão”, disse o delegado.
“Desde o início das investigações estivemos perto de localizar e prender um dos suspeitos pelo menos duas vezes”, disse Zacarias sobre Edson, que estava em liberdade condicional depois de ter sido condenado pelos crimes de atentado violento ao pudor contra uma adolescente, ato obsceno, roubo e receptação.
“Vamos pedir em breve para transformar o decreto da prisão temporária do Edson em preventiva”, disse o delegado, que definiu o suspeito como uma pessoa que deveria permanecer longe do convívio social. “Ele teve problemas na adolescência. Consumidor de crack, é apelidado de gigante por causa da sua estatura. Jamais deveria ter saído da cadeia.”
Nesta segunda, a investigação informou que um calçado achado na mata em Vargem Grande Paulista será periciado para comprovar se pertence mesmo a Vanessa. "Será um elemento mais, mas nada determinante para a investigação", disse o delegado.