Vinte e duas pessoas são executadas na Grande BH


No Aglomerado da Serra, moradores relembram duas mortes, mas pedem paz


CRISTIANO COUTO
Protesto
Moradores do Aglomerado da Serra em encontro pela paz e melhores serviços para a população
Pelo menos 22 pessoas foram assassinadas no final de semana na Grande BH. No Bairro Heliópolis, Região Norte da Capital, duas pessoas foram executadas, entre elas Mateus Gomes da Silva, 14 anos, atingido com dois tiros logo depois de sair de casa. Segundo a Polícia Militar, o adolescente não tinha envolvimento em ocorrências.

Mateus foi morto em frente ao número 515 da Rua Coronel Joaquim Tibúrcio, onde também foi executado Everton de Souza Teodoro, 23 anos, que responde a um inquérito da Polícia Civil por furto e roubo. Os tiros que atingiram Everton e Mateus foram dados por dois homens que estavam em um carro.

Alan Alves Francisco, 24 anos, também foi baleado na rua. Ele foi levado em estado grave para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. Para este mesmo hospital foi encaminhado Paulo Henrique Correa, 25 anos, atingido com um tiro na barriga, mas não corre risco de morte.

Menos de 24 horas depois da execução de duas jovens e uma tentativa de homicídio contra outra, um adolescente e um homem foram assassinados na madrugada de domingo no Bairro Goiânia, Região Nordeste de BH. Outra execução de um homem não identificado a tiros no Bairro Guarani contabilizou cinco homicídios na região, a mais violenta no último final de semana.

De acordo com a Polícia Militar, em princípio, os crimes não têm qualquer relação com o das duas mulheres que voltavam para casa depois de um baile funk, na madrugada de sábado, e foram assassinadas.

Na madrugada de domingo, Geovani Luiz de Souza Fernandes, 17 anos, foi executado com oito disparos de arma de fogo. No bolso dele, a polícia encontrou uma porção de maconha.

Já na Rua Tiziu, 262, o corpo de Paulo Antônio Teixeira, 41 anos, foi encontrado com um tiro no abdômen e dois na cabeça. Nos dois casos, autores e motivações dos crimes são desconhecidos.

Na Região Centro- Sul, moradores do Aglomerado da Serra se reuniram no domingo na Praça do Cardoso para reforçar o movimento por melhores serviços públicos para a população.

Segundo o presidente da ONG Paz na Serra, Alexandre Ribeiro, o encontro serviu também para manter a mobilização iniciada após a execução de Jefferson Coelho da Silva, 17 anos, e do técnico de enfermagem Renilson Veriano da Silva, 39, ocorrida no dia 19 de fevereiro por militares da Rotam.

"Após o incidente, muita coisa mudou. Os moradores descobriram seu poder de mobilização", disse. Ele defendeu a permanência e o trabalho de "bons policiais militares" do Grupo de Policiamento em Área de Risco (Gepar) e da própria Rotam. Motociclistas participaram do encontro.


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