Homem preso no RJ diz que matou quatro em Caratinga

última modificação 01/12/2011 
Albert Kroll disse que há cerca de seis anos, em período de Carnaval em Caratinga, matou um homem a golpes de machado
Homem preso no RJ diz que matou quatro em Caratinga
Pedreiro Albert Kroll Kardec de Souza, de 23 anos,
Um homem preso em Volta Redonda (RJ) confessou à Polícia Civil que cometeu quatro assassinatos na região de Caratinga. O caso repercute naquela região depois da confirmação que Albert Kroll matou uma pessoa na cidade fluminese. A nova história agora será apurada com a delegacia em Caratinga.
O delegado titular da 93ª DP (Volta Redonda), Antônio Furtado anunciou na tarde desta quarta (30) que foi concluído o inquérito que apurava a morte do atendente do Ciosp (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública), Marcelo Antônio Lino, de 27 anos. A vítima foi morta no dia 7 de outubro, em um terreno baldio da Light, no bairro São João, em Volta Redonda.
Furtado informou que já está convencido de que o ajudante de pedreiro, Albert Kroll Kardec de Souza, de 22, foi realmente o autor do homicídio, devido às provas documentais e testemunhais reunidas.
Ainda segundo ele, o suspeito também confessou outros quatro assassinatos, que disse ter cometido na cidade de Caratinga. Em razão do depoimento, foi enviado um ofício à delegacia local para que os casos sejam apurados.
CONFISSÃO

O pedreiro Albert Kroll Kardec de Souza, de 23 anos, que está preso desde outubro na Casa de Custódia de Volta Redonda, confessou ter matado, em 7 de outubro, Marcelo Lino Antônio, 37, que trabalhava como atendente no Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública).

Albert Kroll disse que usou uma corrente da coleira do seu cachorro para asfixiar o atendente, após fingir aceitar o convite da vítima para ter relações sexuais. Com a nova confissão, o delegado titular da 93ª DP (Volta Redonda) enviou ofício ao delegado de Caratinga, solicitando informações sobre os crimes que Albert Kroll alega ter praticado naquela cidade mineira.

Albert Kroll contou ao delegado que quando matou a primeira pessoa tinha 12 anos. Ele revelou ainda que quando tinha 17 anos foi passar o Carnaval na casa de seus avós, em Caratinga, e matou um homem alto e forte, porque a vítima passou a olhar insistentemente para ele. O suspeito disse que esperou o homem passar por uma ponte e o matou a golpes de machado. O pedreiro também confessou que armou uma emboscada para o desconhecido.

- Aguardo a resposta, para saber se as outras vítimas eram, ou não, também homossexuais. Encerrei o inquérito que apura a morte do atendente de Volta Redonda e estou convencido de que Albert foi mesmo quem matou Marcelo Lino - disse o delegado.

Furtado acrescentou que indiciou o pedreiro no homicídio triplamente qualificado e que vai solicitar à Justiça a decretação da prisão preventiva do suspeito. O policial entende que Albert Kroll representaria risco à ordem pública, caso respondesse pelo delito em liberdade.

A pena para esse tipo de crime é de 30 anos de prisão. O delegado também mostrou as fotos que foram copiadas das imagens gravadas pelas câmeras de monitoramento do Ciosp.

Numa delas, Albert Kroll aparece por volta das 3h10 de 7 de outubro, passeando com seu cachorro pela Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Volta Redonda. Furtado explicou que as fotos confirmam o depoimento do suspeito, que disse que no dia do crime estava realmente passeando com o animal, quando foi abordado pela vítima, que passou a fazer propostas e tentar convencê-lo a ter relações sexuais.

- Além disso, o fato de apontar detalhes do crime, como o laço da corrente e a posição em que o corpo foi deixado no terreno, comprova que Albert é o único autor. Esses detalhes só foram vistos pelos peritos ou por quem esteve no local - falou o delegado.
Furtado também foi informado que Albert Kroll teria agredido um outro homossexual em Volta Redonda. Segundo o policial, não ficou provado durante as apurações do assassinato que o pedreiro fosse namorado do atendente Marcelo Lino.

O delegado descartou a possibilidade de o crime ter sido latrocínio (roubo seguido de morte), porque nada foi levado de Marcelo Lino. Ele explicou que, junto ao corpo, foram encontrados o celular e o cartão de débito, e que até mesmo o par de tênis novo do atendente não foi levado por Albert Kroll.

- Na casa de Albert, no bairro Monte Castelo, também não encontramos (policiais) nenhum objeto que pertencia à vítima - contou o policial.

Na coletiva com a imprensa, além do delegado, estavam os peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) Luciano Henringer e Dionísio José Rodrigues, e Márcio Eduardo Braga, que trabalha como legista no IML (Instituto Médico Legal) de Volta Redonda e é psiquiatra.

Transtorno de personalidade

Márcio Braga atestou que Albert Kroll sofre de transtorno de personalidade. Segundo ele, só poderá afirmar que o pedreiro é homofóbico, se ficar comprovado que as quatro pessoas assassinadas em Caratinga também eram homossexuais.

- O que levou Albert a matar o atendente foi um fato, ou seja, ele não aceitou que a vítima o "cantasse". O que não significa que ele é homofóbico. Agora, se for atestado que as pessoas que ele matou em Minas Gerais também eram gays, aí, sim, a suspeita será confirmada - explicou o legista.  

Braga informou ainda que, ao entrevistar o suspeito na prisão, pôde comprovar que o transtorno de Albert Kroll é de conduta e que ele não tem o pensamento desorganizado. De acordo com o psiquiatra, o preso não tem senso ético.

- O comportamento dele não está na faixa considerada razoável dentro da sociedade. Albert tem baixa tolerância à frustração, além de não experimentar culpa pelo que faz e de não se arrepender com a experiência praticada. Esses fatores caracterizam transtorno de personalidade - disse Márcio Braga.

- Na entrevista que fiz com Albert na Casa de Custódia, pude perceber que ele é propenso a culpar os outros pelo crime, são traços marcantes de psicopatia - completou.

A observação do médico foi feita baseada na declaração do próprio suspeito. Albert Kroll disse que o atendente foi quem procurou a morte, quando o "cantou".

Informações: Portal Caparaó - Parceiro do Super Canal
Fonte: Dlicer de Mello e Souza - Diário do Vale - Volta Redonda (RJ)


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