Notícia

Aumenta número de mortes por tuberculose na região de mg

Apesar da redução de casos, a doença matou oito pessoas em 2010

Silvia Miranda
I008672.JPG
Juliana Corrêa: ”É importante que o paciente siga o tratamento até o fim”


FABRICIANO – Cento e oitenta e sete casos de tuberculose foram confirmados no ano passado nos municípios da jurisdição da Gerência Regional de Saúde (GRS), sediada em Coronel Fabriciano. O número foi menor que em 2009, quando foram registrados 225 casos.
No entanto, o número de óbitos aumentou no último ano. Segundo dados da GRS, em 2010 oito pessoas faleceram vítimas da doença, enquanto em 2009 apenas duas mortes foram confirmadas. 
 

A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais antigas da humanidade e já chegou a ser conhecida como “peste cinzenta”. Nos dias atuais, ela é considerada um problema de saúde pública.
Pessoas com sintomas respiratórios como tosse há mais de três semanas, falta de apetite e emagrecimento devem procurar a unidade de saúde para fazer o exame. 
 

Se a doença for confirmada, o paciente é encaminhado ao Programa de Controle a Tuberculose. A GRS atua como parceira nas atividades de promoção (campanhas, capacitações), prevenção (vacina), tratamento (liberação de medicamentos) e acompanhamento (liberação de teste para avaliação de contatos) nos casos de tuberculose, com cada município, que é o responsável pelo seu paciente.
O tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e dura de seis meses a um ano. Os medicamentos são fornecidos pelo Ministério da Saúde. 
 

Segundo a Coordenadora de Atenção Especial da Secretaria de Saúde de Fabriciano, Juliana Corrêa, é fundamental que o tuberculoso cumpra todas as etapas do tratamento para a total recuperação. “É importante que o paciente siga o tratamento até o fim, porque muitos, ao perceberem uma pequena melhora, abandonam o processo”, explicou.
A coordenadora disse ainda que o abandono do tratamento pode dificultar a cura completa. “Uma droga que eliminou alguns bacilos na primeira dosagem pode não surtir o mesmo efeito depois”, disse.
Em Coronel Fabriciano existem atualmente 17 pessoas em tratamento, iniciados no ano passado. Na região da GRS, seis casos já foram notificados neste ano.
Contágio 
De acordo com Juliana Corrêa, a transmissão da doença pode ocorrer principalmente quando se verifica o contato direto com o infectado. “A principal forma de prevenção é realizar imediatamente o exame das pessoas que mantêm contato direto com o paciente”, explicou.

Pessoas com imunidade baixa, portadoras de HIV e que fazem uso do álcool também estão mais sujeitas ao desenvolvimento do bacilo causador da tuberculose.
Combate
Segundo a enfermeira Fabiana Fernandes de Almeida, do setor de Referência Técnica em Tuberculose da GRS, não há comprovações sobre quais períodos do ano as pessoas estão mais sujeitas ao contágio.

Fabiana Fernandes acredita que uma das causas da redução dos casos possa ser um reflexo dos atendimentos realizados nas pessoas próximas ao tuberculoso.
“Quando intensificamos a avaliação dos contatos, estamos dificultando a transmissão da doença”, afirmou. O risco de contágio é eliminado de sete a 30 dias após o início do tratamento.