Ribeirinhos contam mais de uma tonelada de animais sem vida por motivos desconhecidos
| Milhares de peixes das áreas mais altas do Rio São Francisco em Minas Gerais aparecem mortos há uma semana |
A morte de peixes com mais de seis quilos ao longo dos últimos dias preocupa moradores ribeirinhos e pescadores do médio São Francisco, nos municípios de Três Marias, São Gonçalo do Abaeté e Pirapora, na rregião central do Estado. Os primeiros exemplares apareceram moribundos ou boiando nas águas do Velho Chico em 26 de novembro.
Com a primeira forte chuva da estação, em 9 de dezembro, a quantidade aumentou. Estimativas dos pescadores apontam que mais de uma tonelada de peixes tenha aparecido morta desde então. O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o Ministério Público vão investigar o caso.
As espécies mais atingidas são pacamã, mandi e surubim. Todos vivem na lama do fundo do rio. De acordo com especialistas, a morte destes animais geralmente está associada à poluição. A principal suspeita dos pescadores é de que o motivo esteja ligado à contaminação da bacia do Rio Abaeté. Os peixes mortos estavam abaixo do encontro do Abaeté com o São Francisco. Defensivos agrícolas, usados especialmente nas lavouras de café, teriam sido carregados pela chuva para o leito do rio.