RAIO X Trânsito mata um por dia em BH

29/01

Todos os dias, uma pessoa morre no trânsito de Belo Horizonte. São pelo menos 56 acidentes, segundo levantamento divulgado ontem pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Ao longo de 2010, as ocorrências de colisões nas ruas e avenidas da capital chegaram a 20.335, com um saldo trágico de 364 mortos.
FOTO: VICTOR HUGO FONSECA
Trapalhada. Embriagado, homem roubou veículo da Procuradoria, desceu a avenida do Contorno na contramão e bateu em pilastra



Os condutores envolvidos nas batidas são, na grande maioria (70%), homens com idades entre 25 e 35 anos. O cenário traçado pelo Detran-MG fica ainda mais grave quando o assunto é embriaguez ao volante. Quase 10% dos acidentes (1.935) envolveram condutores que burlavam a Lei Seca.



Segundo o coordenador de operações especiais do Detran, delegado Ramon Sandoli, 984 casos já foram concluídos e relatados para a Justiça. Outros 951 ainda estão em andamento. "Há casos em que falta materialidade do crime, ou seja, a embriaguez - atestada pelo exame médico ou teste do bafômetro - não é comprovada e o inquérito é arquivado", explicou Sandoli.



Além de vidas perdidas e danos materiais, os custos dos acidentes são elevados. É o que explica o especialista em trânsito e engenheiro Silvestre de Andrade. "Os custos são igualmente altos para toda sociedade, uma vez que qualquer acidente reduz a capacidade de fluxo da via e provoca enormes congestionamentos. Esses tipos de prejuízos nem sempre são analisados nas estatísticas dos órgãos do governo", esclareceu.



Dados. Segundo o balanço divulgado pelo Detran-MG, a frota que está circulando na capital é 9% maior que a de 2009. São exatos 1.332.381 veículos. Foi com base na análise das ocorrências entre de julho e dezembro de 2010 que o órgão traçou um perfil das vítimas que se envolveram em acidentes na capital. Nas 10.313 colisões no período, 70,3% das vítimas eram homens. O perfil do condutor belo-horizontino também foi alvo do estudo do órgão. Pelo menos 318 motoristas dirigiam os veículos sem habilitação.



CLONAGEM. Os casos suspeitos de clonagem de veículos tiveram um aumento de 15,7%, segundo o Detran. Os 839 registros em 2009 subiram para 971 no ano passado. De acordo com o delegado Ramon Sandoli, todas as ocorrências estão sendo investigadas pela polícia. 
De acordo com ele, há casos de motoristas que, para não pagar eventuais multas, têm optado por dizer que a placa do seu veículo foi clonada. "É preciso alertar que ele incorre em falsa comunicação de crime e pode ser punido", alertou o policial.