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aluguel sobe mais do que inflação em várias cidades


O IGP-M fechou 2010 em 11%, mas, em Belo Horizonte e São Paulo, os aluguéis ficaram mais caros, em média, 13%. Aumentos também em Brasília, no Recife e no Rio de Janeiro, que teve o maior índice.

O IGP-M, índice normalmente usado para corrigir os aluguéis, aumentou 0,79% em janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses, chegou a 11,5%, mas, em algumas capitais, os reajustes para os novos contratos estão subindo muito além da inflação.
Mesmo com o apartamento limpo, bem cuidado, como se fosse patrimônio próprio, 30 meses depois, quando terminou o contrato, a advogada Gabriela Gaida recebeu uma carta da imobiliária. Não teve choro: reajuste de 50% no aluguel. “Fui buscar no mercado imóveis para ver, outros imóveis para alugar. Eu tinha até intenção de compra, mas os imóveis no Rio estão com valores estratosféricos. E resolvi renovar o contrato”, revela.
Tem sido assim em boa parte do país. Os novos contratos estão tendo reajustes muito acima do IGP-M, normalmente usado para os aluguéis. O índice fechou 2010 em 11%. Mas, em Belo Horizonte e São Paulo, os aluguéis ficaram mais caros, em média, 13%. Aumentos também em Brasília, no Recife e no Rio de Janeiro que teve o maior índice, sendo que em alguns bairros da cidade, como Botafogo, o reajuste do aluguel de um apartamento de três quartos chegou a 112%.
Para o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), Pedro Wähmann, essa explosão aconteceu porque a renda do brasileiro aumentou, ele quer morar melhor e a procura ficou maior que a oferta. “Existe pouca oferta ainda face à demanda da população que tem uma melhor renda, e muito imóveis a gente não chega nem a anunciar. Os negócios estão fechando de uma maneira muito veloz”, afirma.
Apesar dessa pressão do mercado, os inquilinos e os proprietários devem ter bom senso e negociar. A renovação de um contrato antigo geralmente fica mais em conta que um novo aluguel, sem falar que mudança custa caro. O dono do imóvel deve dar valor ao bom inquilino. Afinal, é melhor perder um pouco agora do que ter um grande prejuízo depois.
“A seleção das pessoas que você vai botar dentro da sua casa tem que ser criteriosa. Bom inquilino é patrimônio, assim como bom cliente é patrimônio. Essa relação tem que se manter nessa suavidade”, aposta o professor Roberto Zentgraf, do IBMEC-RJ.