Corpo de menina desaparecida é encontrado


Rania, 7 anos, pode ter sido vítima de abuso e polícia detém suspeito


MAURÍCIO DE SOUZA
menina em santa luzia
Corpo da garota foi encontrado próximo a casa da menina

O corpo da menina Ranya de Oliveira Lima, 7 anos, foi encontrado na manhã deste sábado (26), no Bairro São Benedito, em Santa Luzia, na Grande BH. Ela foi vista pela última vez na última quarta-feira (23), quando brincava com os irmãos, de 12 e 10 anos, no quintal de casa. A criança foi localizada por uma vizinha a cerca de 100 metros da casa onde vivia com a família. De acordo com a Polícia Civil, a criança foi estrangulada e vítima de violência sexual. Pelos levantamentos iniciais, policiais que investigam o caso acreditam que a criança foi mantida em cárcere privado desde o dia do desaparecimento.

O crime abalou moradores da região, que haviam se mobilizado para encontrar Ranya. Durante a semana, foram distribuídos na região panfletos com a foto da menina. Uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou a fazer buscas na área onde a criança desapareceu, sob a suspeita de que ela tivesse caído em uma cisterna que fica no terreno da família.

Segundo informações da perícia, realizada no local no corpo da menina, a morte dela teria acontecido cerca de quatro horas antes de o corpo ser encontrado. Ainda segundo os levantamentos, ela teria sido assassinada em outro local e o corpo, levado para onde foi localizado.

O corpo da criança foi encontrado pela aposentada Angelina de Freitas, 65 anos, quando ela voltava da padaria, na manhã deste sábado. Ela disse que, ao olhar para um vão do muro de uma residência, encontrou a menina envolta em um lençol azul. A Polícia Militar foi acionada e constatou que ela estava com as mãos amarradas para trás e havia manchas de sangue na calcinha.

A polícia acredita que o crime tenha sido cometido por um vizinho da família. Moradores da região serão chamados para prestar depoimentos. Neste sábado, dois suspeitos foram detidos e prestaram depoimento para o delegado Alessandro Silva. Em seguida, foram liberados por falta de provas. O delegado pediu exames de DNA para comparar o material genético encontrado no corpo da vítima com o dos suspeitos.

“O primeiro suspeito, um homem de meia idade, teve um atrito recente com a família da menina. Já o segundo suspeito, que tem pouco mais de 30 anos, entrou em contradição nos momentos em que foi abordado pela polícia (na noite do desaparecimento e na manhã de sábado)”, disse o delegado.



Abalada, a mãe da vítima, a diarista Lindinalva de Jesus, contou que tinha esperanças de encontrar a filha viva. Ela disse também que não suspeitava de nenhum vizinho. Após a descoberta do corpo, o clima no Bairro São Benedito mudou da esperança em encontrá-la viva para a revolta. A babá Elizabeth Monteiro de Oliveira, 47 anos, disse que todos os moradores se mobilizaram na tentativa de encontrar a criança viva. Ainda segundo a vizinha, “a menina era um anjinho”. Ranya será sepultada no domingo, no Cemitério do Carmo, em Santa Luzia.