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Mortes em rodovias federais de Minas crescem 10,7% em 2010

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A BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, encabeça a lista
O número de mortos nas rodovias federais que cortam o Estado de Minas Gerais aumentou 10,7% no ano passado, em relação ao ano de 2009. Balanço da PRF (Polícia Rodoviária Federal), divulgado no sábado (29), revela que o número de acidentes passou de 25.072, dado de 2009, para 27.366 no ano passado, um crescimento de 9,1%.

Em 2010, 1.344 pessoas morreram nas rodovias do Estado, contra 1.214 registradas pela PRF em 2009. Com 334 mortes, o trecho de 788 quilômetros da BR-381, entre Extrema, no sul de Minas, na divisa com São Paulo, e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, foi o que mais matou em todo o ano passado. A segunda rodovia mais violenta do Estado foi a BR-116 (Rio-Bahia), com 247 mortes.

No trecho mais violento da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, foram 180 mortes no ano passado, 30,4% a mais em relação ao ano de 2009, quando este número chegou a 138. Por causa dos acidentes graves, esse trecho é batizado de “Rodovia da Morte”.

Entre Belo Horizonte e João Monlevade, na região central do Estado, a Polícia Rodoviária Federal registrou uma morte a cada quilômetro no ano passado. Com 107 quilômetros, morreram nesse trecho da rodovia 111 pessoas em 2010, 37,03% a mais em relação ao ano de 2009, quando foram registradas 81 ocorrências com mortes.

Em 2010, foram 2.049 acidentes entre João Monlevade e Belo Horizonte, contra 2.111 no ano anterior. O número de feridos nesse trecho chegou a 1.430, em 2010 - 49 a menos em relação a 2009.

O assessor de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais, inspetor Aristides Júnior, afirma que os números mostram que as mortes na BR-381 entre a capital e João Monlevade confirmam que os acidentes estão cada vez mais violentos, indicando a imprudência dos motoristas.

Um dos dirigentes da ONG SOS Rodovias José Aparecido Ribeiro diz que o trecho entre Barão de Cocais e João Monlevade é um dos mais perigosos.

- As curvas são muito fechadas e ficam em descidas, o que aumenta o risco de acidentes graves envolvendo caminhões.

Ele vai sugerir uma mobilização das lideranças dos municípios que ficam às margens da BR-381 para cobrar do governo federal urgência no início das obras.

O perito Paulo Ademar de Souza Filho, especialista em segurança no trânsito, defende o aumento de radares para reduzir o número de acidentes.

- Entre Governador Valadares e Belo Horizonte há um tráfego intenso de caminhões e carretas, o que aumenta o risco de acidentes graves em uma rodovia projetada há mais de 20 anos.

Estudo feito pela CNT (Confederação Nacional de Transportes) mostra que apenas 5% das rodovias federais e estaduais que cortam o Estado têm pista duplicada. Segundo Paulo Ademar, em pistas simples, sem uma barreira central, como acontece na BR-381, a chance de acidentes graves é maior.

- Em São Paulo, a maioria das estradas duplicadas tem um vão central. Quando acontece um acidente grave, o veículo fica no buraco, evitando que ele bata no que vem no sentido contrário.