UM TELEFONE CONTRA A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS PARTICULARES


Os professores de escolas particulares resolveram encarar de frente o problema da violência.

O sindicato da categoria (Sinpro) está lançando hoje um disque-denúncia gratuito para atender profissionais que sofreram ou presenciaram casos de violência nas escolas particulares.

O número é 0800 770 3035.

Uma pesquisa de 2009, realizada pelo sindicato em parceria com a PUC/MG, mostra que 62% dos entrevistados já presenciou uma agressão verbal. 39% relataram situações de intimidação e 35%, de ameaça. 14% informaram casos de furto e 10%, de roubo.

A grossa maioria dos professores (91%) considera violência o desrespeito à autonomia no exercício da profissão. E 52% viveram experiências desse tipo, segundo a mesma pesquisa.

Em dezembro, o Sinpro mandou ofício ao Ministério Público do Trabalho, ao Conselho Estadual de Educação e à Comissão de Educação da ALMG, pedindo reuniões para discutir o problema.

Até o momento, somente o MPT respondeu. A partir de fevereiro, promotores de Justiça e o sindicato vão realizar audiências públicas em todo o Estado. Também deverão ser enviadas cartas às escolas privadas com recomendações sobre como agir pra combater a violência no ambiente escolar.

As informações colhidas pelo disque-denúncia servirão de base para definir ações pela paz nas escolas. Além do telefone, os professores também pode usar um canal na Internet (www.sinprominas.org.br) ou enviar um email para paznasescolas@sinprominas.org.br, com nome, email, telefone de contato, escola e relato da situação.

O problema de violência na escola não é privilégio da particular, mas nela há um componente que tem estimulado o confronto entre aluno e o mestre: de uns tempos pra cá, porque paga mensalidade pra estudar, o aluno passou a se sentir no direito de questionar, cobrar e até agredir o professor.

Como se o professor da escola pública também não fosse pago por nós, os contribuintes, de forma indireta, via impostos.

Ou seja, de um modo ou de outro, a violência não se justifica.

Mas isso é só um capítulo numa longa história de desvalorização, de desprestígio da profissão de professor no Brasil, um país onde a Educação nunca foi e ainda não é prioridade.


E você? Já ouviu ou viu casos de violência em escolas? Conte aqui pra nós. Ou mande a sua opinião sobre esse problema grave. Lembre-se, ofensas de qualquer tipo não serão publicadas.