ultimas japão: Agência de Energia Atômica diz que situação está fora de controle


O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que três dos seis reatores foram danificados, em Fukushima. Há vazamento de radioatividade, mas segundo o governo, sem risco à saúde.

 O perigo aumenta na mesma medida da confusão. A situação na usina nuclear de Fukushima muda constantemente, assim como as informações. Há vazamento de radioatividade e, segundo o governo, sem risco à saúde.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que três dos seis reatores foram danificados e disse que a situação não está fora de controle. Mas há duvidas sobre isso.
Em todo o caso, Yukia Aman decidiu viajar ao Japão. Quer ver de perto a gravidade do acidente - que segundo parte da comunidade internacional e da população, foi minimizado pelo governo japonês.
O governador da província de Fukushima disse que a ansiedade e a raiva das pessoas atingiram o ponto de ebulição. Dá pra entender. As notícias pioram a cada dia.
A operação com helicópteros para jogar água na piscina do reator quatro foi cancelada por causa do alto nível de radiação. Canhões de água deverão ser usados para fazer esse trabalho.
Lá dentro da usina, 50 trabalhadores continuam arriscando suas vidas. Mas nem o sacrifício deles parece ser suficiente para evitar uma segunda catástrofe no país.
O que fazer com 700 mil desabrigados após o terremoto e o tsunami? O Japão não consegue cuidar de todos na mesma urgência da fome e do frio.
O sofrimento é amenizado por voluntários que trabalham nas cidades mais atingidas. A equipe dos repórteres Marcos Uchoa e Sérgio Gilz registrou um grupo de brasileiros que viajou até Sendai levando comida, água, roupa e cobertores.
“A gente trouxe por nossa própria mesmo. É como uma pessoa falou para gente: ah, mas está vindo navios dos Estados Unidos, mas, navio vai chegar daqui a uma semana, mas quem está com fome, está com fome hoje, não amanhã”, fala o brasileiro Anderson Santos.
Nos abrigos, falta eletricidade, comida, privacidade. Para quem perdeu tudo, um teto conforta, mas é pouco. O pior é a incerteza.
Até quando vai permanecer? No escuro, no frio, com fome e sem dinheiro. Os caixas eletrônicos não funcionam.
Telefones são poucos e disputados por quem ainda precisa dizer que está vivo, ou pedir ajuda.
Nos escombros, outra triste realidade. Corpos são retirados. A neve atrapalha o trabalho das equipes. É muito difícil achar alguém com vida. Mas é impossível tirara a esperança de uma mãe, um pai, um parente que ainda procura por sobreviventes.