Após conter atirador em Realengo, "sargento herói" vai ser promovido pela PM no Rio


A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que o oficial Márcio Alexandre Alves, 33, que baleou Wellington Menezes de Oliveira e evitou que o atirador matasse mais crianças na escola Tasso da Silveira, em Realengo, será promovido nesta terça-feira (12) a segundo-sargento por "ato de bravura". Após ser atingido, o criminoso se suicidou com um tiro na cabeça.
A solenidade acontecerá pela manhã no salão nobre do Quartel-General da PM, e vai contar com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer. O governador do Estado, Sérgio Cabral, e o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, também já confirmaram presença no evento.
  • Imagens mostram atirador e crianças fugindo
O cabo Ednei Feliciano da Silva, que chegou ao colégio Tasso da Silveira junto com Márcio Alexandre Alves e atuou no socorro às vítimas enquanto o colega caçava o criminoso, será promovido a terceiro-sargento, também por "ato de bravura".
Os policiais estavam acompanhando uma blitz para flagrar vans piratas quando foram avisados do atentado. Já na escada, Alves acertou Oliveira no abdômen no momento em que o criminoso se dirigia a outro andar da escola. O atirador realizou mais de 66 disparos -12 estudantes morreram e outros 12 ficaram feridos, dos quais seis continuam internados (dois em estado grave).

'Cumpri meu dever'

Márcio Alexandre Alves, que ganhou o apelido de "sargento herói", está lotado no Batalhão Policial Rodoviário. Depois de evitar um massacre ainda pior no colégio Tasso da Silveira, ele explicou a ação: "Ao me aproximar da escola, ouvi disparos. Corri, subi as escadas e, quando cheguei ao segundo andar, encontrei o assassino, que apontou a arma para mim. Acho que eu o atingi no abdômen. Ele caiu e depois deu um tiro na cabeça", contou.
O policial revelou que recebeu um beijo de uma aluna depois que retirou as primeiras crianças refugiadas de uma sala de aula. "Fico dividido entre dois sentimentos. Sinto tristeza, porque tenho filhos da mesma idade dessas crianças. Ao mesmo tempo, tenho a sensação do dever cumprido. Cheguei no instante em que ele se preparava para subir ao terceiro andar e entrar em outras salas de aula", disse.

Entenda o caso

Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem sacou a arma e começou a atirar nos estudantes.
O atirador deixou uma carta com teor religioso, onde orientava como queria ser enterrado e deixava sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Oliveira no abdômen. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Oliveira portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o IML (Instituto Médico Legal), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.


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