Acidentes aconteceram em menos de uma semana; especialistas exigem mais rigor na fiscalização e punição
EUGÊNIO MORAES

Pedro Santos morreu ao bater Uno em árvore na Avenida Carlos Luz
Seis pessoas morreram em acidentes de trânsito marcados pelo excesso de velocidade em menos de uma semana na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na manhã desta sexta-feira (27), foram duas mortes. Especialistas defendem que para reduzir os óbitos é necessário intenso trabalho de educação no trânsito, mais rigor na fiscalização e na punição, além de melhorar a engenharia de trânsito na cidade.
Por volta das 5 horas desta sexta-feira, o representante de vendas Pedro Leonardo Fagundes dos Santos, 36 anos, morreu após bater seu Uno, sem placas, contra uma árvore na Avenida Presidente Carlos Luz, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de BH.
Também nesta madrugada, Kelvin Antônio do Santos, 21 anos, morreu em uma capotagem na MG-050, em Juatuba, Região Central de Minas. A vítima chegou a ser atendida pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu ao dar entrada no Hospital Regional de Betim. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária Estadual (PMRE), o rapaz conduzia um Fiat Strada, quando perdeu o controle da direção e capotou.
Outros três acidentes foram registrados. Uma carreta carregada com madeira tombou no Anel Rodoviário, na altura da Avenida Amazonas, interditando a pista sentido Vitória, no Bairro Madre Gertrudes. O motorista teve ferimentos leves. Já na BR-381, em Ravena, distrito de Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte, um ônibus da viação Gontijo, com 16 pessoas, caiu em uma ribanceira. Duas pessoas ficaram feridas sem gravidade. Outra ocorrência foi no cruzamento das Avenidas do Contorno e Amazonas, onde dois ônibus colidiram, mas sem feridos.
Técnico cobra mais radares em BH
Na última semana, foram quatro mortes marcados pela velocidade abusiva. No sábado (21), dois jovens morreram num capotamento na Avenida Antônio Carlos, na Pampulha. No mesmo dia, um homem morreu após bater o carro, em alta velocidade, numa árvore na Rua Coronel Fraga, também na Pampulha. Já no domingo, um jovem de 21 anos morreu após a colisão com um muro do 41º Batalhão da PM, na Região do Barreiro.
Segundo dados da BHTrans, 290 pessoas perderam a vida e 1.311 ficaram feridas em 4.579 acidentes na capital, em 2009.
Para o especialista em segurança no trânsito e perito em acidentes automobilísticos, Paulo Ademar, a velocidade é uma potencializadora do acidente e não causa única. Ele explica que um veículo rápido percorre maior distância em menos tempo, reduzindo espaço para reação. “É necessário mudar a cultura da população, tratando a engenharia de tráfego, corrigindo geometria de vias; aumentar a fiscalização, policiamento e punição; ações educativas, desde a escola primária; além de investimento em segurança dos veículos”, disse.
Segundo o especialista em trânsito Silvestre de Andrade, há grande desrespeito às leis de trânsito. Ele enfatizou que uma das soluções é a instalação de mais radares de velocidade. “É necessário melhor preparação e educação de motoristas, paralelo a medidas às vezes até impopulares, como intensificação da fiscalização e punição. Não deveria haver placas para sinalizar radares. É a mesma coisa que avisar para o ladrão que em determinado local há polícia e em outro não”, defendeu.
De acordo com a BHTrans, 21 radares fixos de velocidade serão usados nos próximos dias. Com a ativação dos novos equipamentos, a cidade passa a ter 50 “pardais”. Além disso, até julho deste ano, BH terá 40 equipamentos para flagrar os veículos que passam pelo sinal vermelho e outros 12 dispositivos eletrônicos que vão detectar os que invadirem as faixas exclusivas dos ônibus do transporte coletivo.
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