Moradores tentam blindar casas contra roubos no Canaã


Cercas elétricas e grades são recursos para evitar crescimento de arrombamentos no bairro


CRISTIANO COUTO
LAVA-JATO CANAÃ
Lava-jato teve equipamentos de trabalho levados por bandidos


Em apenas seis meses, o residencial onde o recepcionista F.E.S., de 29 anos, mora com sua esposa, no Bairro Canaã, Região Norte de Belo Horizonte, foi alvo de três arrombamentos . Em uma das ações, criminosos levaram da casa dele quase R$ 10 mil em equipamentos eletrônicos e objetos pessoais. Moradores do bairro dizem que este não é um caso isolado. Eles denunciam que, desde janeiro deste ano, pelo menos 30 famílias viveram o drama de encontrar suas casas reviradas.

Segundos os moradores, um dos motivos que levaram ao aumento da violência no bairro, antes considerado tranquilo, foi a abertura de três vias de acesso para a rodovia MG-010, no ano passado, em função da Cidade Administrativa. "Moro aqui há três anos e nunca tive problemas. Além disso, os vizinhos também perceberam que os crimes aumentaram por causa das ligações do bairro com a Linha Verde", disse o recepcionista F.E.S..

Basta um rápida volta pelo bairro para perceber o clima de insegurança. A menos de cem metros da casa do recepcionista, uma moradora teve prejuízo ainda maior. Há cerca de dois meses, bandidos aproveitaram que a casa estava vazia e roubaram quase tudo que havia no imóvel. "Eles pararam um caminhão na porta. Não sobrou quase nada", disse a mulher, que, por medo, preferiu não se identificar. O problema também atinge comerciantes. Há um mês, o lava-jato de L.L.L., de 22 anos, foi invadido. "Levaram todos os equipamentos. Foi um prejuízo enorme que ainda não consegui recuperar", lamentou.

Enquanto aguardam uma solução, moradores e comerciantes se defendem aumentando muros, colocando grades nas janelas, instalando alarmes e câmeras de segurança. Eles cobram mais policiamento.

A Polícia Militar informou que desconhece o alto índice de criminalidade no bairro. Segundo o major Neir Adriano de Souza, comandante da 18ª Companhia, do 13º Batalhão, responsável pela área, foram dez ocorrências relacionadas a residências no Canaã, neste ano. Duas foram registradas como arrombamentos e as outras como furto.

O policial não descarta que outros casos tenham acontecido. Entretanto, ele alerta que sem o comunicado ao 190, a PM não tem como agir e pensar em reforço. "Pelo número que temos, não considero alto o índice de violência no bairro", disse.

Apesar disso, segundo o major, o policiamento foi reforçado na região há cerca de 15 dias, assim que as denuncias chegaram a seu conhecimento. Ele pede à comunidade que procure a PM para que seja implantado no local a "Rede de Vizinhos Protegidos". 


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