Notícia

Rebeldes bloqueiam ajuda humanitária para 3,7 milhões de famintos


Queima de alimentos e medicamentos e assassinato de voluntários acontecem no dia seguinte ao início do programa de ajuda promovido pela ONU


MOGADISCIO - Intensos combates tiveram início nesta quinta-feira (28) em Mogadíscio depois de um ataque da força da Missão da União Africana na Somália (Amison) no mercado de Bakara, reduto da guerrilha islamita dos shebab.

Os rebeldes queimaram alimentos e medicamentos enviados pelas Nações Unidas e mataram funcionários de grupos humanitários. Este novo ataque da Amison acontece no dia seguinte ao início da ponte áera do Programa Mundial de Alimentos (PMA) destinado a ajudar as vítimas da seca no país.

Com quase 9.000 militares ugandeses e burundineses, a Amison está posicionada em Mogadíscio desde 2007, em apoio ao frágil governo de transição do presidente Sharif Sheij Ahmed. A força da União Africana controla um pouco mais da metade da cidade, e os rebeldes controlam toda a parte nordeste.


O PAM enviou um primeiro avião em direção a Mogadíscio carregado com dez toneladas de alimentos, informou a agência da ONU. Cerca de dez viagens de avião saindo de Nairóbi serão necessárias para levar esta ajuda nos próximos dias.

fome somalia
Criança com desnutrição grave recebe soro via oral para reidratação (Foto: Mustafa Abdi/AFP)

A seca na África do Leste ameaça 12 milhões de pessoas, de acordo com as Nações Unidas. A situação é particularmente crítica na Somália, onde a ONU decretou formalmente a fome em duas províncias do sul, controladas pelos insurgentes islamitas shebab. Lá são 3,7 milhões de famintos.

A ONU teme que a fome se estenda em dois meses a todas as oito províncias do sul da Somália, amplamente controladas pelos shebab, se "o acesso humanitário" às regiões em crise não for garantido.

Enquanto isso, os rebeldes shebab continuam opondo resistência ao regresso das entidades humanitárias expulsas da Somália em 2009. Mesmo assim, cerca de 20 organizações não governamentais (ONGs) internacionais prosseguem trabalhando no país com relativa eficácia, sem a presença de exilados e sob estrito controle dos islamitas.

 mapa da ajuda somalia




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