Nove pessoas somem diariamente em Minas, levando angústia às famílias

Todos os dias, pelo menos nove famílias mineiras deparam com a angústia de ter um parente desaparecido. Os casos de pessoas sumidas cadastradas pela Polícia Civil cresce anualmente desde 2006. Foram 3.186 registros em 2011 (média de 8,7 por dia) contra 727 há seis anos. Em 2012, a média é de 9 sumiços diários no estado. Os números podem ser maiores por causa das subnotificações.

Atualmente, a Divisão de Referência da Pessoas Desaparecida procura 2.775 pessoas em Minas. Desse total, quase a metade (1.376) são homens com idade entre 18 e 59 anos. Entre os adolescentes, o índice é de 12% e crianças, 3%. Idoso são 11% dos casos.

Titular da divisão, a delegada Cristina Coelli diz que o aumento dos registros se deve ao processo da desconstrução do mito das 48 horas exigidas para a notificação do sumiço. “Não há lei exigindo esse prazo. Em caso de vulneráveis, como crianças e adolescentes, uma lei federal obriga a busca imediata”, explica.

A delegada ressalta que a internet, por exemplo, facilita as buscas e as primeiras horas são essenciais para localizar o desaparecido. “Existem casos nos quais a pessoa poderia ter sido encontrada viva se o sumiço fosse comunicado rapidamente”, enfatiza.

Uma das buscas realizadas atualmente é pela adolescente Michele de Souza Ferreira, desaparecida em 1º de agosto de 2008, aos 11 anos, em Ponte Nova, Zona da Mata. Tia dela, Íris Aparecida de Souza conta que a menina sumiu no percurso entre a casa e a escola. A mochila dela foi localizada numa estrada da zona rural. “A família toda sofre, o pai dela adoeceu. Mas mantemos a esperança”, diz.

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