Duas mortes a cada três dias em Uberlândia


Entre junho e outubro, foram registrados 41 assassinatos, queda de 24% sobre mesmo período de 2009


UBERLÂNDIA – Com 140 homicídios ao longo de 2010, a cidade de Uberlândia, no Triângulo mineiro, registrou, no ano passado, média de duas mortes a cada cinco dias. Só neste ano, em seis dias, foram quatro homicídios, média de duas mortes a cada três dias.

Investigações da Polícia Civil (PC) apontam que cerca de 70% das vítimas têm algum tipo de envolvimento com o tráfico de drogas e que, mesmo com o número de significativo de assassinatos, em relação a 2009, houve uma queda de 20% nas estatísticas.

“O tráfico é o grande vilão que enfrentamos, já que a região de Uberlândia é uma área sensível devido à sua localização geográfica, próxima a divisas dos estados de São Paulo e Mato Grosso, além da extensa malha rodoviária que facilita o acesso às cidades. Como não contamos com uma delegacia anti-drogas especializada neste tipo de crime, não temos um combate devidamente qualificado contra o tráfico”, alerta o delegado da Polícia Civil de Uberlândia, Eduardo Leal.

Outra dificuldade apontada por Leal diz respeito à ação de criminosos dentro dos presídios na região, de onde comandam o tráfico e ordenam homicídios. “Chegamos a apurar cerca de 53% dos homicídios cometidos em 2010, principalmente durante ações integradas com a Polícia Militar, desmantelando quadrilhas e prendendo os chefes do tráfico. Porém, durante investigações, descobrimos que os criminosos presos ainda continuam a comandar o tráfico, utilizando, principalmente, aparelhos celulares. Essa situação, que se repete em todo o país, é uma demonstração de que o combate ao tráfico demanda uma atenção do Governo e melhor aparelhagem dos órgãos de segurança. Se a criminalidade cresce, nós deveríamos crescer juntos para combatê-la”, detalha Leal.

De acordo com o delegado da PC de Uberlândia, Rogério Martinez, entre junho e outubro desse ano, foram registrados 41 assassinatos, uma queda de 24% em relação ao mesmo período de 2009, quando foram cometidos 54 assassinatos. “Mesmo assim, realizamos praticamente uma apreensão de drogas por noite, normalmente de crack. E há envolvimento de menores. Já prendemos um que confessou ter cometido quatro homicídios, e outro que alegou ter assassinado duas pessoas”, disse.