Notícia

Bares na Justiça contra fechamento às 22 horas


Moradores reclamam do barulho na Rua dos Guajajaras, no Centro de BH


FREDERICO HAIKAL
bares
Comerciantes colocam cartazes de protesto contra restrição a horário de funcionamento
Três restaurantes e dois bares localizados na Rua Guajajaras, no Centro de Belo Horizonte, vão entrar nesta sexta-feira (25) com pedido de suspensão de liminar concedida pelo juiz da 6ª Vara Cível do Fórum Lafayette, juiz Wauner Batista Ferreira Machado. Desde quinta-feira (24), estão obrigados a fechar as portas às 22 horas toda quinta e sexta-feira.

A determinação vale para os estabelecimentos localizados entre as ruas da Bahia e Espírito Santo, conforme pedido feito pelo Ministério Público estadual. Se a decisão for descumprida, o proprietário terá que pagar multa diária de R$ 10 mil.

O promotor de Defesa de Habitação e Urbanismo, Cristovam Joaquim Fernandes Filho, autor do pedido de fechamento às 22 horas, informou que o Ministério Público recebeu várias denúncias de moradores da Rua Guajajaras sobre diversas ocorrências envolvendo clientes dos bares. Segundo o promotor, os principais problemas são referentes à poluição sonora causada pelos carros com equipamentos de som alto, parados em frente aos bares, pessoas urinando nas calçadas, além de acúmulo de lixo e aglomeração de pessoas bloqueando a via.

No final desta tarde, os cinco comerciantes que entraram na Justiça colocaram dez faixas em protesto à determinação de fechamento. “Se a restrição for mantida, vou ser obrigado a fechar uma casa que funciona há 30 anos no mesmo local e emprega 20 pessoas diretamente e 20 indiretamente”, declarou o proprietário do restaurante, bar e pizzaria Western House, José Eustáquio de Jesus.

José Eustáquio afirma que os problemas na Rua Guajajaras começaram há cerca de dois anos, quando foi aberto o Bar Balaio de Gato. Segundo o comerciante, este estabelecimento não tem cadeiras e mesas, o que faz com que os clientes fiquem amontoados na rua. Os proprietários não quiseram comentar a denúncia.

“A prefeitura não tem como colocar uma equipe 24 horas de plantão para fiscalizar os ambulantes da Rua Guajajaras. A venda de cerveja vai continuar e as pessoas vão continuar nas ruas, fazendo barulho”, alertou o morador José Amaral Aguiar, 42 anos. Ele já teve o vidro do carro quebrado em frente ao Bar Balaio de Gato.
Segundo o promotor de Justiça Cristovam Joaquim, foram realizadas, em 2009, audiências na Regional Centro-Sul, com a participação dos moradores, dos proprietários dos bares, da Polícia Militar e Ministério Público. De acordo com ele, a prefeitura chegou a cassar alvarás dos bares que estavam causando os tumultos, mas a Justiça revogou a decisão.