Universitário apaixonado confessa ter esfaqueado colega


Justiça analisa pedido de prisão temporária de cinco dias para Victor Guilherme Ribeiro


FREDERICO HAIKAL
Victor Guilherme
Victor Guilherme disse alimentar uma paixão não correspondida por Maria Luiza
O estudante do 6º período de Medicina da UFMG Victor Guilherme Ribeiro, 22 anos, confessou ter esfaqueado a colega de sala Maria Luiza Costa Pinto, 21 anos, na madrugada do último domingo (20), no Bairro Salgado Filho. Ele se apresentou na tarde desta terça-feira (23) na 13ª Delegacia Distrital, no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte. Ele foi liberado.

Assim que chegou na delegacia, o estudante foi informado que a Justiça estava analisando pedido de prisão temporária por cinco dias. Até às 19h20, o pedido ainda não havia sido analisado. Segundo informações da Delegacia de Abaeté, cidade onde mora a família do suspeito, Victor foi localizado nesta terça por parentes e veio para Belo Horizonte por volta das 13 horas. O pai dele, o médico Euler Ribeiro, não veio com o rapaz.

Ao chegar na delegacia, pouco depois das 16 horas, José Rattes de Carvalho, tio e advogado do suspeito, admitiu que o universitário tinha uma paixão platônica pela vítima. Mas alegou que ele só se pronunciará sobre o crime posteriormente. O estudante estava com o rosto à mostra, demonstrando preocupação com as consequências do crime.

O pai e a mãe da vítima, além de quatro vizinhos que teriam visto a agressão, prestaram depoimento nesta terça-feira.

Victor Ribeiro estava desaparecido desde a noite do crime, quando invadiu a casa de Maria Luiza. Ela chegava em casa com o pai, o aposentado Aílton Antônio Pinto, 59 anos, depois de uma festa de calouros, quando o estudante entrou antes que o portão da garagem se fechasse. Ele teria dado 11 facadas na colega, por quem seria apaixonado, mas não correspondido.

O estudante chegou no local do crime sem camisa e com uma touca. Na fuga, pulou um muro e arrebentou uma cerca elétrica no peito. Victor Guilherme poderá ser indiciado por tentativa de homicídio e lesão corporal. A pena poderá chegar a oito anos, se for condenado.

Maria Luíza seria ouvida nesta terça-feira pela delegada Daniele Aguiar Carvalho no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Os familiares pediram o adiamento do interrogatório, temendo que o estado de saúde da estudante piorasse. Ela deixou a Centro de Terapia Intensiva (CTI) no início da noite, e deve ser prestar depoimento ainda na quarta-feira (23).

Familiares de Victor Guilherme procuraram o pai da estudante pedindo desculpas pela tentativa de homicídio. Disseram ainda que não sabiam que o rapaz pretendia cometer o crime. Eles prometeram providenciar tratamento psicológico para Victor Guilherme.

A Faculdade de Medicina da UFMG, onde ambos universitários estudam, informou que só vai se pronunciar sobre uma possível expulsão do aluno após a conclusão do inquérito policial.