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Em seis meses, Disque Direitos Humanos já recebeu quase 1.200 denúncias de crimes contra crianças e adolescentes

A negligência, abandono e violência física contra as crianças dentro da própria família são os crimes mais denunciados em Minas Gerais, por meio do Disque Direitos Humanos (0800 031 1119). Segundo o psicólogo Murilo Moreira, diretor do Núcleo de Articulação com Movimentos Sociais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), os traumas que essas agressões causam em uma criança podem ser irreparáveis.
“As consequências dependem de vários fatores, como duração, intensidade e grau de ameaça. Um estupro, por exemplo, pode levar uma criança a uma crise de pânico, a um comportamento antissocial, dificuldades cognitivas e sequelas físicas ou até mesmo levá-la à prostituição na fase adulta”, observa. O psicólogo ainda diz que alguns traumas são muito profundos. Mas em algumas situações, segundo ele, a criança ou adolescente pode se recuperar e ter uma vida adulta normal.
Até junho deste ano, o serviço, coordenado pela Sedese, recebeu 1.197 denúncias de crimes contra crianças e adolescentes. Desse total, mais de 70% dizem respeito à violência física intrafamiliar e à negligência e abandono; foram 449 e 424 relatos, respectivamente.
Os dois crimes são, frequentemente, os mais denunciados. O coordenador do Disque Direitos Humanos, Jorge Noronha, acredita que a violência dentro da família e a negligência e abandono são crimes que podem ser mais bem observados pelas pessoas próximas e pela sociedade em geral. Ele indica que essa pode ser a razão que os tornam mais denunciados.
Denuncie
O Disque Direitos Humanos é um serviço gratuito e sigiloso, recebe denúncias de todo o Estado e também presta orientações sobre assuntos relacionados às violações dos direitos humanos.
A coordenadora Especial de Política Pró-criança e Adolescente, Eliane Quaresma, reforça que a denúncia é um bom caminho para retirar uma criança ou adolescente da situação de violência. “É um canal importante para que a sociedade tenha uma alternativa de ver garantidos os direitos violados e de responsabilizar o abusador e o infrator”, ressalta.
As denúncias são encaminhadas para os conselhos tutelares, promotoria da infância e juventude e delegacias especializadas.


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