Criança queimada com ácido em hospital recebe sonda

Técnica em enfermagem trocou sedativo por ácido utilizado para cauterização de verrugas




O menino de 2 anos que sofreu queimaduras de terceiro grau no esôfago tem quadro estável e passou por uma cirurgia de traqueostomia e gastrostomia para colocação de uma sonda gástrica, nesta quarta-feira (11), no Hospital Felício Rocho. O menino sofreu esofagite aguda, mas segundo o coordenador da UTI Pediátrica do hospital, Waldemar Herique Fernal, não corre risco de morrer.

Segundo o médico, Alan Breno Castro passa por um tratamento para dor e se alimenta por meio de soro natural. Nas próximas 48 horas, o menino passará a receber alimentos líquidos por meio da sonda, a chamada alimentação parenteral - substância líquida enriquecida com nutrientes como cálcio e ferro.  Ele deve se alimentar dessa forma pelas próximas duas semanas.

Apesar do quadro estável, a criança pode ter sequelas para o resto da vida. Segundo o médico, as queimaduras podem provocar um estreitamento de diâmetro do esôfago. "Isso pode prejudicar parcial ou totalmente a passagem de alimentos pelo órgão. E se isso acontecer, o menino pode precisar passar, de tempos em tempos, uma sonda pelo esôfago", explicou.

Alan Breno Castro foi levado ao Hospital Infantil São Camilo no último domingo (8) depois de sofrer um tombo em casa e reclamar de dores na cabeça. No momento de realizar uma tomografia, uma técnica em enfermagem do hospital trocou os medicamentos e, ao invés de dar um sedativo à criança deu ao garoto tricloro asséptico, ácido utilizado para cauterização de verrugas.

Na última terça-feira, a criança foi transferida para o Hospital Felício Rocho, onde permanece internada para a realização de exames de endoscopia. Segundo o coordenador da UTI Pediátrica do hospital, o que pode ter salvado o menino foi o fato de ele ter cuspido a substância. A previsão do Hospital Felício Rocho é de que o garoto permaneça internado por mais duas semanas.
 
Em nota, o Hospital Infantil São Camilo reconheceu o erro e informou que a técnica em enfermagem, responsável por trocar os medicamentos, foi afastada temporariamente. A entidade já abriu uma sindicância para apurar o que aconteceu.


*Com Thaís Mota



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