Menino de rua tem 12% do corpo queimado em caratinga


Um caso de queimadura que apesar de lamentável, seria comum, não fossem as circunstâncias em que tudo aconteceu. Um garoto de apenas 14 anos teve 12% do corpo queimado após tentar, sem sucesso, fazer uma fogueira utilizando álcool, para se proteger do frio. 
A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Caratinga (CBVC) durante a madrugada de ontem, 24, por volta de 1h, nas proximidades do Posto Caratinga, onde o menino, que é morador de rua, se abrigava.
E.C.R. teve queimaduras de segundo grau na face, braço esquerdo e costas, sendo encaminhado imediatamente ao Pronto Atendimento Municipal (PAM). Segundo informações colhidas no PAM, ele foi atendido por um cirurgião plástico e seguia internado no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora aos seus cuidados, até o fechamento desta edição. 
Como é de costume, já que o menor chegou desacompanhado de um familiar e confirmada sua condição de andarilho, o Conselho Tutelar foi acionado.
Dormia na lama
E.C.R. é o mesmo garoto que dormia em uma mala no início deste ano, na Praça Cesário Alvim. A situação chamava a atenção de todos que passavam pelo local, já que o menino estava sujo e atraía até mesmo mosquitos. Ao ser abordado, escondia o rosto e não falava sobre sua família.
O adolescente já chegou também a se abrigar em um galpão próximo ao Corpo de Bombeiros e após ter sido devolvido à mãe, voltou às ruas. Foi levado, depois, para a Associação dos Menores Assistidos de Caratinga (Amac), mas afirmou que não estava gostando do local e gostaria de ir morar com o seu pai em São Simão do Rio Preto, onde também não ficou e retornou para as ruas da cidade.
A conselheira tutelar Gilza Angelina Pinto Nascimento, afirma que o caso é antigo e que como os pais dele, José Lopes da Rocha e Sandra Maria Cezar não foram localizados no momento, uma tia do menor foi chamada. 
Ela afirma que já houve vários acompanhamentos e que ele tem envolvimento com drogas, por isso a família não consegue mantê-lo em casa. “Já tentamos várias vezes tirá-lo das ruas, mas ele não para em lugar nenhum. Os pais são separados e ele não quer ficar na casa de nenhum dos dois; a droga acaba sendo mais forte e nas ruas ele consegue trocar uma marmita, por exemplo, em drogas”.
Gilza afirma que tudo que estava ao alcance do Conselho foi feito, mas o garoto não quer ajuda, o que dificulta o trabalho do órgão. “Agora cabe à Justiça entender que ele deve ser acautelado”.
Orientações
Aquele pouquinho de fogo, que além de aquecer, reúne as pessoas e é capaz de deslumbrar com suas chamas. Mas, ao mesmo tempo em que fornece calor, uma fogueira fora de controle pode transformar-se num incêndio capaz de destruir casas e matas, causando mortes e danificando o meio ambiente.
As crianças são principais vítimas de queimaduras. Jamais acenda fogueiras usando produtos inflamáveis como álcool, gasolina, querosene, dentre outros; como recomenda o subcomandante do CBVC, Carlos Freitas. “É um líquido perigosíssimo para este tipo de procedimento. Nunca jogar líquidos inflamáveis após ter acendido a fogueira.”, alerta.



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