Prefeito de Bom Despacho e Zezé di Camargo vão ficar inelegíveis por oito anos



FOTO: FERNANDO DANTAS/ DIARIO SP
Cantor responde por crime contra a honra, propaganda eleitoral extemporânea e abuso de poder
A Justiça Eleitoral julgou procedente a ação oferecida pelo Ministério Público Eleitoral e declarou a inelegibilidade do cantor Zezé di Camargo e do prefeito de Bom Despacho, Haroldo Queiroz (PDT), pelo prazo de oito anos, além de condená-los ao pagamento de multa individual no valor de aproximadamente R$ 57 mil.
A decisão, proferida pela juíza de Direito Sônia Helena Tavares, levou em consideração incidentes ocorridos durante as festividades dos 100 anos de emancipação do município. Na ocasião, Zezé teria agredido verbalmente um vereador da cidade. No primeiro de três processos que o cantor responde na cidade mineira, o cantor foi condenado a pagar multa de R$ 25 mil.
Na sua decisão, a juíza considerou que o cantor, "de grande fama, pessoa pública, de boa imagem, possuindo enorme credibilidade junto aos seus fãs", influenciou o público, "que era de 12 mil pessoas, ou seja, quase um terço de eleitorado". O fato, segundo a magistrada, beneficiou o atual prefeito, "que se utilizou da máquina administrativa em seu favor, o que caracteriza abuso de poder, porque assumiu finalidade eleitoreira".
Entenda o caso
O cantor Zezé di Camargo e o prefeito Haroldo Queiroz (PDT) são processados pelo Ministério Público Eleitoral. O primeiro, por crime contra a honra, propaganda eleitoral extemporânea e abuso de poder econômico. O segundo, por propaganda eleitoral extemporânea e abuso de poder econômico.

Os fatos aconteceram no dia 1º de junho, aniversário de Bom Despacho. O cantor Zezé di Camargo, atacou um "vereador da oposição" durante o show que lhe valeu cachê de R$ 172 mil. O ataque, além de configurar ofensa à honra do vereador, também configura, em tese, o crime de difamação eleitoral, propaganda eleitoral extemporânea e abuso de poder econômico.

Em Bom Despacho só existe um "vereador de oposição", que é Fernando Cabral (PPS), apontado pela coligação PPS/PT para concorrer às eleições municipais de 2012. Como o prefeito Haroldo Queiroz é desafeto de Fernando Cabral, supõe-se que foi ele quem instruiu o cantor a fazer a propaganda negativa.


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