15/02/2011
Vítima que estava na garupa da motocicleta ficou gravemente ferida. Segundo familiares, foram mais de duas horas por espera de atendimento, após entrada no PAM
O acidente aconteceu por volta das 10hs da noite na estrada de acesso à cidade de Ubaporanga, no Km 523,8 da BR 116. A colisão foi entre um veículo Picape Fiorino e uma motocicleta com placa de Caratinga. O condutor da moto, Ademir Rocha Ferreira de 37 anos morreu na hora. Com o forte impacto da batida, o motociclista teve as duas pernas quebradas. Na garupa da moto, estava Renata Deoclécio dos Santos de 34 anos. No momento em que nossa equipe chegou ao local, a mulher já havia sido socorrida pelos bombeiros de Caratinga. No veículo Fiurino, estava Reginaldo Eduardo que também sofreu ferimentos e teve que receber os primeiros socorros de bombeiros.
O velório de Ademir vai acontecer na tarde desta terça-feira na paróquia Nossa Senhora das Graças. A vítima Renata, que estava na garupa de Ademir também sofreu ferimentos graves. “Ela estava com a perna muito machucada e com suspeita de hemorragia interna”, afirma o bombeiro Joaquim Júnior dos bombeiros de Caratinga.
Mas segundo familiares de Renata não foi fácil conseguir que ela fosse atendida da maneira adequada. Um dos familiares, que não quis se identificar, alega que a mulher não recebeu o atendimento adequado no Pronto Atendimento Municipal e que não havia especialistas da área que fizessem os procedimentos corretos, já que as primeiras informações eram de que Renata estava com uma hemorragia interna. Segundo ainda familiares o problema começou quando funcionários do PAM alegaram que não havia um médico para assinar a transferência de Renata para um outro Hospital. E que a princípio, a vítima recebeu apenas atendimentos básicos. Na manhã de hoje fomos até o Pronto Atendimento Municipal em busca de respostas das denúncias.
O Secretário de Saúde, Thales Edson Chaves foi comunicado das dificuldades de atendimento adequado da paciente, mas segundo familiares, o secretário apenas repassou contatos de representantes do Hospital. Sem êxito, familiares voltaram a entrar em contato com o Thales, que não mais atendeu as ligações.
Os responsáveis pelo PAM afirmaram à nossa equipe que Renata foi atendida por três médicos, todos devidamente registrados no Conselho Regional de Medicina. Segundo ainda representantes do Pronto Atendimento, Renata foi avaliada através de exames de Raio X e laboratorial e em seguida encaminhada para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Mas ao entrar em contato no Hospital não havia um médico cirurgião para atender a paciente, procedimento indicado através dos primeiros atendimentos no PAM. Renata chegou a ser encaminhada para o Hospital Márcio Cunha em Ipatinga, mas no meio do caminho, familiares receberam o comunicado de que Renata seria atendida na Casa de Saúde União.
A paciente foi atendida depois de mais de 2 horas de espera pelo atendimento adequado. Segundo familiares, a vaga e o atendimento por parte do cirurgião só foi disponibilizado depois de entrarem em contato com pessoas que diante de uma certa influência conseguiram o serviço.
Diante da justificativa de representantes do Pronto Atendimento na manhã desta quarta-feira (15) entramos em contato com o administrador do Hospital em busca de saber o motivo da falta de médicos cirurgiões. Mas fomos informados que se pronunciariam somente através de sua assessoria que não foi localizada. Renata continua internada na UTI da Casa de Saúde União. Segundo a médica que cuida da paciente, seu quadro de saúde é estável. A especialista informou ainda que a hemorragia interna de Renata aconteceu na perna e por isso ela aguarda por uma nova cirurgia. A paciente também passou por uma cirurgia na região da barriga ainda na noite do acidente. O condutor do veículo Fiorino sofreu ferimentos leves e passa bem.