Seis suspeitos pelo crime de pedofilia em Caratinga prestam depoimentos

última modificação 15/05/2012 Fonte: Super Canal
Advogado de defesa de três dos indiciados pretende pedir relaxamento da prisão
Chegada de dois dos réus
que serão ouvidos
em depoimento


Teve início na manhã desta terça-feira (15/05) a instrução do processo, ou seja, a colheita judicial de provas no Fórum Desembargador Faria e Souza que visa a ouvir testemunhas e investigados em um esquema de pedofilia em Caratinga, investigado e apurado pela Polícia Civil.

Seis suspeitos de participação no crime serão ouvidos: o treinador Cláudio Rogério Alves, conhecido como Maguila; Wanderlei dos Reis Paulino, conhecido como Vanderlei da funerária ou Vando; Fábio Mafra da Fonseca; Celso Nunes Pereira; João Vieira de Carvalho, conhecido como João Maranhão e David Henrique Cristóvão Senra. Os seis réus estão presos em unidade prisional desde a conclusão do inquérito, em fevereiro deste ano, e após serem indiciados pela Polícia Civil.
Segundo apurado pela equipe de jornalismo do Super Canal, antes das 08h da manhã deram entrada no Fórum da cidade o treinador Maguila e Wanderlei dos Reis. Na seqüência, por volta das 08h30, os réus  João Vieira David Henrique e Fábio Mafra chegaram escoltados por equipes da Suapi e escolta de policiais militares. Já o suspeito Celso Nunes Pereira tinha previsão de chegada no início da tarde, já que havia sido transferido para o Presídio de Ipatinga. Os demais estavam presos em Caratinga.
Nesta primeira fase do processo serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, posteriormente o interrogatório dos seis réus. Feito isso, haverá a abertura de vistas de requerimento de diligências. Será um aberto um prazo para as alegações finais do Ministério Público e defesas e, somente, após juntas todas as alegações o processo estará pronto para a sentença dos acusados.


POSSÍVEL PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO


Em entrevista ao Super Canal, o advogado Max Capela, que defende três dos acusados, destacou que irá pedir o relaxamento da prisão de seus clientes, sob a justitificativa de que o Código Processo Penal prevê o prazo de 120 dias para o encerramento da instrução do processo. “O prazo já extrapolou e só agora está começando a instrução, o que pode acarretar no relaxamento da prisão dos acusados, pedido de liberdade sem nenhuma condição extraordinária”, destacou, adiantando que este será o seu próximo passo.  

  


INVESTIGAÇÃO A PARTE

Ainda não há informações oficiais quanto a uma possível intimação direcionada ao também investigado no caso, o cantor caratinguense Agnaldo Timóteo. Durante a investigação da Polícia Civil, o cantor foi ouvido como testemunha. Posteriormente, a promotora Flávia Alcântara anunciou a abertura de inquérito para investigar a denúncia de sua possível participação no esquema de pedofilia. O cantor foi citado durante a apuração, já que prestava apoio aos projetos do treinador Maguila e sua residência no Rio de Janeiro seria utilizada como ponto de apoio para alguns atletas que acompanham o treinador nos testes.

A promotora responsável pelo caso foi procurado na manhã de hoje, mas não foi encontrada para falar sobre o assunto.


ENTENDA O CASO: ESQUEMA DE PEDOFILIA

Foram cerca de sete meses de investigação. No mês de janeiro de 2012 foi realizada a operação contra ataque que colocou atrás das grades seis pessoas que poderiam estar envolvidas. Na terça-feira, 02 de janeiro, a Polícia chegou à conclusão a respeito do caso após a apuração.
A investigação tinha como responsabilidade responder se os suspeitos faziam parte de uma rede de exploração sexual de menores. De acordo com a Polícia Civil, durante as investigações descobriu-se que o treinador Cláudio Rogério Alves, conhecido como Maguila, aliciava menores para manterem relações sexuais homossexuais em troca de dinheiro, presentes e materiais esportivos. Depois de sete meses de investigação a Polícia também concluiu que os clientes de Maguilasão: Wanderlei dos Reis Paulino, conhecido como Vanderlei da funerária ou Vando; Fábio Mafra da Fonseca; Leonardo Hebert Brandão; Celso Nunes Pereira; João Vieira de Carvalho, conhecido como João Maranhão e David Henrique Cristóvão Senra.
A investigação também aponta que Maguila guardava em sua casa e no departamento de esportes da prefeitura vários documentos de menores (certidões e carteiras de identidade), selos de cartório e diversos carimbos de cartórios e escolas. Maguila, segundo a Polícia, praticava o famoso “gato”, ou seja, falsificava documentos públicos para alterar a idade dos jogadores, afim de que pudessem participar de campeonatos e testes em categorias de base.
A Polícia Civil ouviu o depoimento de todos os investigados. Os comparsas deMaguila confirmaram que o treinador oferecia menores para eles, mas eles negam que um dia teriam aceitado a oferta. Já Maguila diz que os outros investigados já lhe solicitaram menores, porém ele se negou a intermediar encontros.
Além dos seis suspeitos, a Polícia ouviu 26 pessoas. Na conclusão do inquérito, a Polícia indiciou o treinador Maguila pelo crime de falsificação de documentos públicos, formação de quadrilha e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. Já Wanderlei dos Reis Paulino, o Vando; Fábio Mafra, David Henrique, João Vieira, o João Maranhão e Celso Nunes Pereira indiciados pelos crimes de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável e formação de quadrilha.
Leonardo Hebert Brandão da Cruz, conhecido como Léo, não foi indiciado pela Polícia Civil, já que após extensa investigação não foram encontrados elementos informativos suficientes para incriminá-lo.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público na tarde desta quinta-feira com as acusações. Agora o caso segue nas mãos da promotoria.
  

DENÚNCIA


De acordo coma delegada responsável pelo caso, Nayara Travassos, em julho de 2011 um casal procurou a delegacia especializada de orientação à família para o registro de uma ocorrência. De acordo com o inquérito trata-se de uma criança de 14 anos que teria viajado para  região dos Lagos do Rio de Janeiro com outro colega de 14 anos na companhia de dois maiores, que seriam Celso Nunes e João Vieira de Carvalho, conhecido como João Maranhão.
Os investigadores da Polícia Civil iniciaram a apuração e receberam a requisição do Ministério Público no sentido de instaurar o inquérito policial. João Maranhão apresentou-se espontaneamente a unidade policial e prestou depoimento por três horas. Em seguida, conduzido ao Presídio de Caratinga para cumprimento de prisão preventiva.
Em busca de provas veio a informação de que através do número 181 o treinadorMaguila estava sendo denunciado. O treinador aproveitava de sua proximidade com os jogadores, todos menores de 18 anos, e o os induzia, submetia e atraía à prostituição. A denúncia apontava ainda João Maranhão como o financiador do esquema.  A partir de então a polícia deu início a uma rigorosa apuração, no resultado final da operação contra ataque foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos, inclusive, no Departamento de Esportes da Prefeitura de Caratinga, local de trabalho do treinador Maguila, e residências das vítimas. Computadores foram apreendidos, celulares, preservativos, DVD’s e CD’s pronográficos e Gel lubrificantes. 


APURAÇÃO


A Polícia tinha em mãos um vasto material para ser analisado. Os seis suspeitos ficaram detidos no Presídio de Caratinga, a princípio pela prisão preventiva, na sequência por um outro pedido solicitado pela delegada responsável pelo caso e acatado pela Justiça. E próxima de concluir a investigação a delegada conseguiu a prisão temporária, o seja, por tempo indeterminado.
Neste processo de confronto de informações, o cantor Agnaldo Timóteo foi intimado a depor, já que havia sido citado durante as investigações. Nas viagens ao Rio de Janeiro, o treinador Maguila pedia um ajuda ao cantor e chegou-se a cogitar que algumas crianças eram hospedadas em sua residência. Agnaldo negou e veio em defesa do amigo Maguila


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